Ela teve sua vida mudada
de uma hora pra outra; Ele sempre foi o covarde
que é.
Ela continua tendo em
seu coração o sentimento de pureza; Ele nem liga para o que
as pessoas pensam.
Ela é doce; Ele é rude. Ela é inocente; Ele é malvado.
...Será?
Sky Narrando.
Minha vida
está um tédio desde que me mudei pra essa bosta de cidade chamada Atlanta. Para
várias pessoas isso aqui é um paraíso, mas para mim não. Eu vivo trancada no
meu quarto e nem saio de casa por causa do fato do meu pai ser um alcoólatra
imbecil. Minha mãe morreu a dois meses e meu padrasto – que também é outro
imbecil – não quis que eu morasse com sua família perfeitinha e me manda pra
cá. Bom, deixe-me explicar direito essa história dele encher a cara todos os
dias: Eu nasci em Dallas, mas a família do meu pai é de Atlanta, então quando
meus pais se separaram ele voltou pra cá. Desde então, vive bebendo, bebendo e
bebendo... Isso começou quando eu tinha 16 anos, que foi a época da separação
deles, e ele nunca mais conseguiu parar.
Aqui em
Atlanta somos eu, ele e minha avó. Ela sim é um doce de pessoa, é a única coisa
que faz querer-me sentir viva, ela alegra meu dia, assim como eu com certeza
alegro o dela.
Eu vivo
trancada no meu quarto porque meu pai surta e some com a chave da porta, mas o
que ele não sabe é que eu fiz uma cópia desta bendita chave, quando saí para
comprar um remédio, e quando ele não está em casa eu saio do quarto para cuidar
a minha avó. Poxa, ela tem 74 anos, não é justo deixa-la sozinha enquanto eu
estou sendo obrigada a ficar trancada no quarto.
- Vovó? -falei
entrando no quarto dela e checando se meu pai não estava lá. - Vovó, você vai
querer que eu faça seu almoço? Vamos aproveitar enquanto James não está em
casa. Daqui a pouco ele volta bêbado e me tranca no quarto de novo. Vamos vó,
me ajude por favor.
- Sky? Sky
minha filha, por favor, não faça nada de errado. Volte para seu quarto.
–disse-me receosa. Minha vó é tudo pra mim, não quero nem saber o que vou fazer
quando ela não estiver mais presente.
- Vó, não
precisa se preocupar. O James não é esse monstro todo não, com ele eu me ajeito
depois. Eu consigo ficar sem comer, mas você não. Então vamos, vou preparar seu
almoço, não saia daqui.
- Pra onde eu
iria minha filha? Nós estamos trancadas em casa, você pode ter a chave do seu
quarto, mas da porta da frente não.
- Vovó, eu
ainda vou conseguir fugir dessa maldita casa, e eu juro que te levo junto. O
James já está ficando louco. Ele tem que parar, parar vovó!
Desci as
escadas e fui para a cozinha. Precisava fazer isso logo, não sabia que
horas James iria voltar e se ele me pegasse aqui eu iria me ferrar
completamente. Pra você que está se perguntando o porquê de eu chamar meu pai
de James, eu te falo: Como pai ele está morto pra mim. Aonde já se viu
alguém espancar e trancar sua filha no quarto, tratar a sua própria mãe
como um cachorro e ainda por cima querer ser considerado uma boa pessoa? Se eu
pudesse eu ligava pra polícia e mandava prenderem ele, mas... Não sei, eu não
consigo.
Terminei de
fazer o almoço, coloquei no prato e subi. Minha avó estava com bastante fome.
Coitada dela, tão boa comigo e o filho babaca que ela tem, a trata mal. Sim, o
James é um babaca, eu odeio ele. Quando estava terminando de lavar o prato de
vovó ouvi o barulho da maçaneta. Fodeu. Eu estava perdida. Subi
as escadas correndo, passei no quarto de vovó e avisei sobre James. Ela
entendeu muito bem o que estava acontecendo, minha avó não é boba. Tranquei-me
no meu quarto e dei graças a Deus por ter dado tempo de eu conseguir entrar
aqui, caso contrário, não queria nem imaginar o que aconteceria se ele tivesse
me encontrado lá na cozinha. Fiquei atrás da porta e consegui ouvir quando ele
estava subindo as escadas, ele falava coisas sem noção, xingamentos e outras
babaquices. Ele passou pelo meu quarto e bateu na porta. Dei um pulo pra
trás.
- Sky? Estou
com fome, vou abrir a porta e você vai fazer alguma coisa para eu comer.
–fiquei em silêncio. –Ouviu, caralho?
- Ouvi James!
–disse. Eu tenho tanta raiva dele! Ele era um ótimo pai, uma das pessoas que eu
mais amava. Nós éramos como uma família feliz, aquelas de comercial de
margarina, não tem? Mas ele se transformou totalmente depois do divórcio, e
pelo visto agora está descontando em mim.
Sai do quarto
sem dizer nem um pio, fiz o almoço dele enquanto ele tomava banho. Antes de
voltar para o meu 'cativeiro' o fiz uma pergunta.
- James,
você... é... você me deixaria trabalhar? Eu poderia trazer mais dinheiro pra
cá, quem sabe não mudamos até de casa? -Exagerei, até parece que o salário de
uma garçonete ou outro bico qualquer pode comprar outra casa. Ele parou de
comer e me olhou. Ótimo, lá vem uma bronca, pra que eu fui fazer aquela
pergunta?
- Da casa pro
trabalho, do trabalho pra casa?
- Sim
James.-Abaixei a cabeça.
- Tudo bem.
Contanto que agora você ajude nas despesas da casa, já que eu banco você e sua
avó sem nenhuma ajuda. -Ok, quem era aquele cara sentado à minha frente e o que
ele fez com o James? Ele não estava tão bêbado como na hora que chegou, mas não
estava totalmente sóbrio. Quer saber, vou aproveitar essa, daqui a pouco ele
volta a “racionar” e não me deixa fazer o que estou querendo.
- Eu tenho
que estar lá as quatro, já está quase na hora. Vou me arrumar, tá bom? -ele
assentiu.
Subi para meu
quarto. Nem estava acreditando que eu iria poder sair de casa. Para terem uma
ideia, vai ser a terceira vez em dois meses que vou sair de casa, as outras
vezes foi quando eu fui a farmácia comprar um analgésico para James e depois
para pegar as contas que chegavam para nós, lá no jardim!! É, agora dá pra
entender o porquê de eu estar tão feliz assim. Abri o meu armário e procurei
alguma roupa que eu usava quando morava em Dallas, lá eu tinha uma condição
muito melhor, por isso minhas roupas eram mais arrumadinhas. Tomei banho e
me vesti. Avisei a vovó que iria sair para tentar conseguir um emprego e ela me
desejou boa sorte.
Eu vou precisar vovó, e muita. -pensei.
Irei tentar
uma vaga como garçonete em um bar que vi passando na Tv, é pelo menos isso tem
no meu quarto. Cheguei lá e não tinha ninguém na fila para ser entrevistado. Ponto para Sky! –pensei. Me dirigi até
uma moça que estava no balcão limpando alguns copos.
- Boa tarde,
estou aqui para tentar uma vaga como garçonete.
- Ah claro.
Prazer meu nome é Jane e qual a sua graça?
- Sky, é... Sky Annie Holmes.
- Ok, Sky Annie
Holmes, - ela zombou - Você já pode começar. Vou te dar seu uniforme, você se
troca e bora botar esse corpinho pra trabalhar. –disse.
Nossa, eu vou
começar a trabalhar hoje, não precisou nem de ficha de inscrição! Jane pegou
uma roupa meio justa e curta e foi me entregando. Mudei minha roupa e já estava
pronta para o trabalho. A porta se abriu e o sino avisou que emprego acabou de
começar.
- Seu
primeiro cliente! - Jane gritou - Vá logo atendê-lo mocinha.
- Falando
assim até parece que sou uma prostituta.- sussurrei para mim mesma. Dois caras
que deveriam regular a minha idade se sentaram em uma mesa.
- Boa tarde,
o que os senhores desejam?
- Você,
gostosa! - exclamou um dos caras.
- Ryan, tem
como você deixar essa piranha em paz e fazer logo seu pedido?
- Ei, ei, ei,
eu não sou piranha não. Só tentei ser simpática no meu primeiro dia de trabalho
e os dois já vem falando merda!
- Garota,
você ta achando que ta falando com quem? - o cara de olhos cor de mel levantou
e agarrou em meu braço com força.
- Qual é
Justin, deixa ela ser feliz! – ele olhou pra mim. - Depois me passa seu telefone
gata. - ele piscou pra mim. Idiota.
- Já disse
que não sou vadia, nem piranha, nem nada, só sou uma garçonete. Por favor,
hajam como clientes normais e peçam logo o que vão querer. –Justin bufou.
- Vou querer
uma cerveja mesmo. Já to de saco cheio.
- Manda duas.
Que saco! No
meu primeiro dia de trabalho eu tenho que atender dois idiotas que ficam me
xingando? Peguei as duas cervejas e voltei pra mesa.
- Aqui estão
seus pedidos, mais alguma coisa?
- Não. -ele
disse seco.
- Tudo bem. -
levantei minhas mãos e dei meia volta. Fiquei atrás do balcão igual uma pateta sem fazer nada, só ficava olhando
aqueles dois caras. Tão bonitos, mas tão babacas.
- Sky,
infelizmente hoje não vai ser seu melhor dia aqui no seu trabalho.
- Ué, por
que?
- O chefe
mandou fechar tudo. Estou dizendo que vai cair um temporal e para todos irem
para suas casas.
- E quando eu
recebo meu salário?
- Calma
gatinha, isso é só no final do mês.
- Tá ok.
-Entrei e fui mudar de roupa. Quando voltei Jane já estava pronta para ir
embora.
- Sky, estou
indo. Vá logo pra casa, a chuva vai começar a qualquer instante.
- Mas aqueles
dois ainda estão aqui.
- Se vira. Avisa
aos gatos que estamos fechando. - ela entrou em um carro cinza e foi embora.
Nem pra me oferecer uma carona!
Nem pra me oferecer uma carona!
- Com
licença, é... eu tenho que fechar o bar. Vai cair um temporal e era para todos
estarem em casa. -Quando terminei de falar, ouvi um trovão e depois um barulho
de chuva.
Ótimo, agora
vou ter que voltar na chuva.
- Te levamos
pra casa. Vem, iremos no meu carro. - o tal Justin disse.
- Eu não vou.
-protestei.
- Ah, vai
sim! - ele me segurou pelas pernas e foi me levando para seu carro como se eu
fosse um saco de batatas, agindo como um completo idiota.
- Me solta!
Me solta! Que saco, você é surdo? - é parece que sim -. O outro homem abriu o
carro e me colocaram no banco de trás.
- Eu dirijo.
- Ryan falou e Justin entrou atrás comigo para garantir que eu não fugisse.
- Se vocês
não sabem, isso aqui é sequestro!
- Então tá
garota. Fica na chuva e morre de pneumonia.
- Nossa,
muito obrigada hein!
- Qual seu
nome? - Ryan perguntou mudando completamente de assunto.
- Meu nome é
Sky. –disse em um sussurro.
- Ryan, vamos
pra minha casa. Quando a chuva passar eu levo ela pra casa, seja lá onde for.
- Como assim
'quando a chuva passar'? Eu quero ir embora agora.
- Mas não
vai, eu que mando aqui. - ele gritou. - Então você cala sua boca e quando essa
porra de chuva passar você vai pra sua casinha e volta pra sua vida de merda.
- Você é um babaca!
Nem te conheço e eu já te odeio!
- Somos dois,
agora fica quieta!
--
Gostaram do primeiro capítulo? Se sim, por favor, divulguem
a fic!
Beijos <3
AGRADECIMENTOS: @whomccan
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