sábado, 13 de abril de 2013

The Sky's Diary - Desabafos (Cap. 7)



- Rafaela está aqui. -Sky sussurrou em meu ouvido vendo ela vir em nossa direção.

- Olha a vadia aí! -Rafaela disse perto de nós.
- Vadia é você, garota! -Disse soltando nossos braços.
- Calma Sky. -Disse a puxando de volta.
- Essa garota me chama de vadia e eu tenho que ter calma? -Ela se virou para mim.
- Você não é vadia, pra que vai brigar?
- Eu sei, mas parece que tem gente que não entende isso. -Ela olhou para Rafaela.
- Ah garota, fala sério! Você deu pro meu irmão no dia que se conheceram e ainda fala que não é vadia? Poupe-me! Aposto que já deu pro Justin também!
- Já sim, Rafaela. E ela é muito melhor na cama que você! -Eu disse e Sky tentou prender a risada de deboche, mas foi em vão.
- Como se sente em saber disso, querida? -Sky disse entre risos.
- Argh! Quer saber? Cansei de ficar ouvindo besteira, vocês são uns idiotas! Pode ficar com essa garota ridícula, você ainda vai se arrepender! -Ela disse tentando esconder as lágrimas de ódio e foi em direção ao bar.
- Vamos. -Puxei Sky pela cintura.
Fomos para a pista de dança e estava tocando Give me Everything. Ela começou a dançar rebolando sensualmente e eu segurei em sua cintura, acompanhando seu ritmo. Aquilo estava me dando um puta tesão. A virei e então lhe dei um beijo. Ela segurou minha nuca e ficamos nos beijando por um bom tempo.
- Justin. -Pattie me chamou quando eu e Sky nos soltamos.
- Vai lá, enquanto aproveito e vou ao banheiro. -Ela sussurrou em meu ouvido.
- Ok. -sussurrei de volta.
Nos soltamos e cada um foi para o seu lado.

Sky Narrando
Estava indo para o banheiro quando vi David vindo até mim. Tentei desviar, mas não deu certo.
- Está aqui com o Justin, não é?  Aquele que está te usando para depois te levar pra Nate! Você está sendo um objeto para ele! Além de tudo é tão estúpida que não consegue entender o que está na sua frente?! -Ele praticamente jogou essas palavras na minha cara, e o pior é que eu achava que ele tinha razão, mas não vamos pensar nisso agora.
-CALA A BOCA, VOCÊ TAMBÉM NÃO PODE FALAR NADA! VOCÊ DISSE QUE NÃO IA DEIXAR NADA ACONTECER COMIGO E DEPOIS DEIXOU ELE ME LEVAR SEM FAZER NADA! VOCÊ É DA MESMA LAIA QUE ELE! E SEM FALAR NA SUA IRMÃ, NÉ! ELA QUE ACHOU QUE JUSTIN A AMAVA, FALA SÉRIO, A ESTÚPIDA É ELA! Agora me dê licença, não aguento mais você me julgando dessa maneira só porque nós transamos uma vez!
Ouvi ele sussurrar um ‘vadia’ enquanto eu abria a porta do banheiro. Rafaela, infelizmente, estava lá. Pensei comigo mesma que talvez ela estivesse ali para limpar o veneno que tanto escorria da sua boca.
Como se já não bastasse ser chamada de vadia duas vezes em menos de uma hora, ainda tenho que encontrar essa mulher em todo lugar que eu vou?
- Ah, você. –Revirei os olhos. - Só vou te avisar uma coisa, -Ela chegou perto de mim apontando o dedo indicador na minha cara. - O Justin é meu, e você só vai ficar com ele por duas semanas, depois vai embora, MORRER! Aí sim minha vida vai voltar ao normal. E se você pensa que eu não sabia nada sobre o que está acontecendo, está muito enganada! Já tive que aguentar o meu irmão gritando e xingando vocês a tarde inteira! Mas não fique felizinha não, aproveite enquanto pode.
- Escuta aqui, você não pode vir me ameaçando coisa nenhuma! NÃO POSSO FAZER NADA SE O JUSTIN NÃO TE AMA E VOCÊ É LOUCA POR ELE! NÃO POSSO FAZER NADA SE VOCÊ É UMA IDIOTA QUE ACREDITA QUE ELE É SEU! -Rafaela virou a mão em meu rosto.
- A ÚNICA IDIOTA QUE EU ESTOU VENDO AQUI É VOCÊ! -Ela foi em direção a porta, mas eu  puxei-a pelos cabelos.
- Volta aqui! Se você pensa que pode me bater e sair andando está muito enganada! Quem vai apanhar vai ser você! -Dessa vez fui eu que dei um tapa nela, fazendo seu rosto virar e ela se segurar na pia.
- Vou te matar! -Ela veio pra cima de mim e eu bati as coisas na porta de um dos banheiros. - Vou acabar com esse pentiado mal feito!
- Não toca em mim, sua maluca! -Dei um soco nela, que não foi muito forte, infelizmente, e a empurrei saindo correndo pra fora do banheiro. No salão ela não iria fazer nada comigo, nem que quisesse, já que Justin estava lá e David também.
Encontrei Pattie e Justin conversando com a mesma moça que foi lá em casa hoje.
- Podemos ir embora? -Perguntei a eles.
- Mas acabamos de chegar, querida. -Pattie disse.
- Não estou passando muito bem. -Coloquei uma mão na cabeça.
- Eu vou com você. Mãe, não precisa ir com a gente. -Justin segurou minha cintura.
- Então tudo bem. Sky, tem um remédio na cozinha que você pode tomar, caso queira.
- Obrigada Pattie. E desculpa por atrapalhar sua noite.
- Que nada! -Ela riu. - Boa noite pra vocês.
- Boa noite. -Falamos juntos.
Fomos para o lado de fora da mansão, e como tínhamos vindo de motorista, chamamos um táxi.
- O que aconteceu no banheiro? -Justin perguntou com a mão na minha perna, por cima do vestido.
- Um combo de filhos da puta. Primeiro David, depois Rafaela. -Justin riu.
- David entrou no banheiro das meninas?
- Não, no corredor ele me parou e brigamos. E depois no banheiro, Rafaela veio com uma história de que você era dela e era pra eu aproveitar que isso ia acabar, já que você ia me levar para Nate. -Disse.
- Ah... -Ele tirou a mão da minha perna e desviou o olhar.
- Eu sei que isso vai acontecer, sei que você está nem ai e eu sou só sexo. -Ri pelo nariz, mas na verdade ficava com ódio em pensar nisso. Sou uma idiota em estar ficando com Justin e aceitando assim tão fácil o que ia acontecer.
- É meu trabalho. -Ele olhou para mim. - Sempre foi assim e não vai ser por você que vai acabar. -Disse ele, sendo rude.
- Então quer dizer que sempre que você tem que sequestrar uma menina você transa com ela? -O olhei.
- Não, você é diferente.
- Como assim? -Perguntei tentando entender.
- Gosto de você. -Sorriu.
Eu realmente não entendo a bipolaridade desse garoto.
- Então por que não me deixa ficar? -E lá se foi o sorriso. - Posso aprender a gostar de você. -Levantei  os ombros. 
- Desculpa. -Ele me olhou.
- Não precisa fingir que está triste, sei que você nem liga para o que vai acontecer. -Desci do táxi e enquanto passava perto do jardim vi que alguns seguranças olhavam para mim. - O QUE FOI?! NUNCA VIRAM UMA VADIA ARRUMADA?! -Tirei o salto e joguei em um deles, entrando chorando em casa. Subi as escadas e tranquei a porta. 
- Sky, abre a merda dessa porta! -Justin socou a mesma. 
- Me deixa em paz!  Liga para Nate e fala que você já embrulhou seu presentinho, e quando ele quiser pode vir buscar! -Gritei deitada na cama.
- Precisamos conversar. Olha, se você não abrir, eu vou arrombar essa porta.
- Você não é nem louco de fazer isso! -Logo depois que terminei de falar ouvi um estrondo.
É, ele era louco sim. Peguei o abajur no criado-mudo - que foi a primeira coisa que vi- para usar como arma -. - NÃO SE APROXIME! -Disse pulando da cama.
- Solta isso, sua maluca!
- Não até você se virar e sair pela mesma porta que entrou.
- Não, vou me jogar da sacada.
- Sem sarcasmo agora, Bieber. 
- Me dá esse abajur aqui. -Ele tentou puxá-lo, mas eu recuei, fazendo o mesmo cair no chão e cortar minha canela.
- Ai! Olha só o que você fez! -Gritei.
Justin me segurou no colo e me colocou na cama.
- Não saia daqui, vou buscar a caixa de primeiros socorros.
- Como se eu pudesse né?
- Sem sarcasmo agora, Holmes. -Ele repetiu a mesma frase  que fora dita por mim a alguns minutos atrás fazendo-me rir.
Dois minutos depois Justin voltou com uma maleta branca escrita 'SOS' em vermelho. Ele limpou o machucado e amarrou uma faixa no local.
- Você é muito louca, sabia? -Ele riu.
- Sabia. Se quiser posso te matar aqui e agora. -Dei uma risada maléfica seguida por um olhar desafiador.
- Duvido! -Ele riu.
Pulei em cima dele levantando seus braços e os prendendo sobre a cabeça. - Tá pedindo pra morrer hein. -Ele agarrou suas pernas na minha cintura. Me abaixei e passei a língua em sua bochecha.
- Sua nojenta! -Ele gritou e depois disso o silêncio reinou, o que foi realmente muito tenso.
Soltei suas mãos, que foram parar em minha nuca, segurando meus cabelos. Iniciamos um beijo calmo, ele pediu passagem e eu cedi. Sua língua passeava por toda minha boca e quando as nossas se cruzavam travavam uma guerra. Paramos o beijo por falta de ar.
- Vamos ver um filme? Aproveitando que paramos de brigar. -Ele disse e eu assenti.
- Mas eu que escolho o filme! -Protestei.
- Tudo bem. -Rimos.
Justin me mostrou onde ficavam os DVDs e eu escolhi o ‘A Última Música’. Impressionante ele ter esse filme, até porque a maioria das pessoas que gostam são mulheres.
- É da minha mãe. –Ele passou uma das mãos no cabelo, se explicando.
- Ah sim. Já podemos ver? –Ele assentiu e colocou o DVD no aparelho que tinha lá.
Eram mais ou menos uma hora da manhã quando terminamos de ver o filme. Pra falar a verdade, quando eu terminei de ver o filme, já que Justin dormiu na metade. Revirei os olhos, é óbvio que isso ia acontecer. Cobri Justin com uma coberta e fui em direção de seu closet pegar uma blusa. Acho que ele não iria se importar.  Deitei na cama e me cobri.
- Vovó! –Gritei me levantando.
Como pude me esquecer dela? Devo ser louca, só pode. Desde que cheguei da festa nem fui dar um oi para ela, nem vi se estava precisando de alguma coisa. Definitivamente, sou uma péssima neta! Fui até o quarto que ela estava e abri a porta bem devagar.  Ela estava dormindo. Coitada, deve ter passado esse tempo todo fazendo isso. E se ela foi dormir com fome?
“Parabéns Sky, você é uma idiota, ela é sua avó!” –pensei.
Estava saindo do quarto quando a ouvi me chamar.
- Sky? –Ela se virou para mim.
- Ah, oi vovó. Desculpa se te acordei. Estou em casa a um tempão e nem passei aqui para ver se queria algo.  Desculpa de novo por ter te esquecido. –Minha avó riu.
- Querida, está tudo bem, eu vi quando chegou. E a Pattie mandou prepararem o jantar para mim e Matilde me entrou aqui. – Está aí uma outra pessoa que não vi desde que cheguei, Pattie.
- Então tá, vó. –Sorri.
- Como foi a festa? –E me sentei no canto da cama.
- Não foi lá essas coisas. –Ri pelo nariz. – E ainda por cima, quando cheguei, joguei a salto que Pattie me emprestou em um dos caras do jardim. Sou uma demente, agora pra eu achar isso vai demorar um século. E imagina se Pattie descobrir! –Esbugalhei os olhos. - Será que ela vai brigar comigo?
- Acalme-se Sky. –Ela riu – Deita aqui comigo, deita. –A obedeci e acabei adormecendo por lá mesmo.
(...)

Mais três dias se passaram e eu tinha ficado trancada em casa com a minha avó, sai somente para ir na minha casa pegar uma mala de roupas -aproveitei e peguei os diários-. Só via Justin de manhã e quando ele chegava a noite eu já estava dormindo. Ele não estava sendo rude comigo, pelo contrário, estava sendo muito legal até. Antes de ele sair de manhã trocávamos beijos mas era só isso, sempre que eu tentava algo mais ele não deixava e falava para eu pensar nas consequências. Tudo bem, ele estava estranho mais isso não significa que eu tenha que ficar preocupada, né? Pattie ficou esses dias comigo e com minha avó, ela ensinava algumas coisas para mim e Matilde sempre fazia um bolo delicioso para comermos de tarde.  Minha avó ultimamente estava bem triste, ela -nem eu- não tinha visto James desde o dia que ela veio pra cá, não sabíamos como ele estava e nem se precisava de algo -na verdade isso era a preocupação da minha avó, pra mim ele ficou enchendo a cara todas essas noites. Matilde falou que iria sair para comprar algumas coisas e perguntou se queríamos algo, pedi uma palavra cruzada para a minha avó. Sempre que ela ia em Dallas comprava algumas para fazer lá.
- Vocês querem ir em algum lugar? -Pattie perguntou. - Vocês nem saíram de casa esses dias.
- Sei lá. -Ri. - Poderíamos ir em um parque? -Sugeri.
- Tem um aqui perto, podemos ir. Sua avó vem com a gente né? -Olhamos para ela, que estava sentada no sofá.
- Vamos. -Ela sorriu.
Pattie pegou uma bolsa, colocou um pouco de dinheiro e fomos. Chegamos a um parque que tinha um lago com vários bancos em volta. Pattie e minha avó foram comprar sorvetes e eu fiquei lá.
-Oi, tem alguém sentado aqui? -uma menina loira perguntou.
- Tem, mas elas saíram, então pode sentar. -Sorri.
- Qual o seu nome? -Ela perguntou.
- Sky e o seu? -Estendi a mão.
- Me chamo Megan, prazer. -Sorri e ela apertou minha mão.
- Está sozinha?
- Sim, briguei com a minha mãe e vim para cá tentar esfriar a cabeça um pouco.
- Ah tá. -Dei de ombros.
- E você, Sky? -Ela me olhou.
- Bom, eu estou com a minha avó e... uma amiga. -Na verdade, acho que Pattie era isso mesmo para mim.
- Legal. Você é daqui? -Ela perguntou.
- Sim, estou morando aqui a alguns meses.
- Você era de onde? -Megan me enchia de perguntas.
- Dallas, nasci lá.
- Eu nasci aqui mesmo em Atlanta. -Ela respondeu sem mesmo eu ter feito alguma pergunta.
- Legal. Você tem quantos anos? -Parecia que ela tinha a minha idade, mas ela tinha um jeito de falar meio que engraçado, jeito de mais nova.
- Tenho dezoito. -Assenti com a cabeça - Falando nisso, meu aniversário é dia 13 desse mês.
- Daqui a cinco dias. -Murmurei.
- Gostaria de ir na minha festa? -A olhei. - Sei que acabamos de nos conhecer mais eu acredito que grandes amizades surgem do nada.
- Ãh... Claro.  -Sorri. - E eu tenho dezenove. -Agora foi a minha vez de responder sem ela me perguntar. Pattie e minha avó voltaram, me deram um sorvete e se sentaram em outro banco, ao lado.
- Qual seu celular? -Megan me perguntou enquanto eu lambia meu sorvete. - Eu posso te ligar mais tarde.
- É, acho melhor você me dar seu número, não trouxe meu celular. -Menti, pra falar a verdade meu celular ficou com meu ex-padrasto - já que foi ele que pagou, eu tive que devolver -.  Ela me deu seu número e anotei no guardanapo que veio com o sorvete, guardando-o no bolso.
- Sky, eu já vou indo, acho melhor voltar logo antes que a louca da minha mãe ligue pra polícia dizendo que eu desapareci. Me liga mais tarde, podemos sair. Beijos! -Ela disse se levantando e correndo.
- Beijos! -Acenei para ela quando ela estava entrando em um táxi.
- Então Sky, nova amiga? -Minha avó perguntou.
- Sim! O nome dela é Megan. Ela faz aniversário daqui a alguns dias e já me convidou para a festa. -Sorri.
- Legal querida, acho melhor irmos para casa também, já está escurecendo. -Pattie disse. Nos levantamos e esperamos o motorista chegar para nos levar para casa.
Cheguei em casa e Justin estava lá, vendo TV.
- Aonde vocês estavam? -Ele perguntou enquanto eu me sentava em outra poltrona para ver Gossip Girl, minha série favorita, que acabava de começar.
- Fomos ao parque. -Disse sem desviar o meu olhar da tela.
- Sky fez uma nova amiga. -Pattie disse.
- Ah, é? E qual o nome dela?
- Megan. Ela me deu seu número, e pediu para eu ligar, coisa que não vou fazer, já que não tenho celular. -Bufei e dessa vez olhei para Justin, que se levantou logo em seguida, finalmente me deixando ver a série. Ele voltou com uma caixinha branca na mão.
- Toma, pra você. -Ele tirou um iPhone de lá e colocou na mesinha de centro.
- Quando eu disse que eu não tinha celular não estava te mandando uma indireta para comprar um pra mim. -Ri e peguei o mesmo. - Como conseguiu?
- Estava precisando de um novo, então passei em uma loja e comprei. Depois você me devolve.
- Então quer dizer que não é meu? -Fiz uma cara de tristeza, fazendo Justin rir. Peguei o papel no meu bolso e disquei o número.
"Megan? Sou eu, Sky."
"Ah, oi! Esse é seu número?"
"É sim. Bem, você pediu para eu te ligar..."
"Eu sei, eu lembro. -Riu- Quer dormir aqui em casa hoje?"
"Só um minuto."

- Ela está perguntando se posso dormir na casa dela hoje, e aí? -Não acredito que estou pedindo permissão para ir me encontrar com a minha amiga.  Justin me olhou com receio. - Calma, eu volto amanhã.
- Então tudo bem. -Voltei a falar ao telefone
"Posso sim, Megan."
"Ótimo, minha casa é duas ruas depois daquele parque."
"Tudo bem, chego ai em meia hora. Beijos."
"Beijos."

Sai correndo e avisei pra minha avó e a Pattie que iria dormir na casa de Megan. Coloquei um pijama e uma roupa pra amanhã em uma bolsa que Pattie me dera e pedi para um segurança me levar.  Quinze minutos depois cheguei na casa dela.
- Oi Sky! -Ela abriu a porta e deixou eu entrar.
- Que casa linda, Megan. -Apreciava cada canto daquela sala enorme. Era toda branca com uma TV enorme, um piano ao fundo, um bar e sofás bege. Se a sala já era daquele tamanho, imagina o resto da casa.
- Pode me chamar de Meg. -Sorriu.
- Tudo bem. -Sorri de volta.
- Senhorita Kavanagh, sua mãe quer falar com você no telefone. -Uma empregada entrou na sala.
- Já volto, Sky. -Assenti. Ela foi atender o telefone e eu fui em direção ao piano e me sentei no banquinho. Estava morrendo de vontade de tocar, mas não sabia se podia.
- Você toca? -Uma menininha veio correndo de algum lugar e parou do meu lado.
- Sim. -sorri. - Quem é você?
- Sou irmã da Meg, meu nome é Chloe. E quem é você? -Ela devia ter uns seis anos e era extremamente fofa.
- Sou amiga da Meg, meu nome é Sky. -Disse.
- Você também canta? -Ela disse se sentando no mesmo banquinho.
- Sim. Quer que eu toque pra você? -Chloe assentiu.
Comecei a tocar enquanto ela me olhava. Meg chegou e sentou no sofá, nos olhando. Estava me sentindo em um filme, daqueles que a principal começa a tocar e todos param para ver.
Quando terminei de tocar Chloe sorriu e Megan veio falar comigo.
- Que lindo, Sky!
- Obrigada. –Sorri.
 - Estou vendo que já conheceu a minha irmã né? -Olhamos para Chloe.
- Ela já me conheceu e agora ela é minha amiga também. -Ela me abraçou e nós rimos.
- Vamos subir Sky? -Assenti e fomos para o quarto dela, que era lindo, como eu imaginei, enquanto Chloe foi para o seu.
- Desculpa ter mexido no piano sem pedir, Meg.
- Não tem problema Sky. Mas foi sorte nossa minha mãe não estar em casa, esse piano era do meu pai, e desde que ele  morreu minha mãe não deixa ninguém tocar nele. -Vi uma lágrima escorrer.
- Ah... Não queria tocar em um assunto delicado.
- Tudo bem. -Ela sorriu limpando as lágrimas.
- Quer desabafar pra sua nova amiga? -Sorrimos.
- Quando eu tinha doze anos meus pais andavam brigando muito, quando mamãe engravidou de Chloe eu achava que isso ia passar e a paz voltaria. Mas não foi isso que aconteceu, eles continuaram brigando. Quando mamãe estava com sete meses, eles brigaram muito feio, meu pai saiu de casa desnorteado e sofreu... -Ela respirou fundo -Bom, ele foi atropelado por um carro que vinha em alta velocidade. Ele não sobreviveu, minha mãe quase perdeu o bebê e eu não queria sair de casa nunca mais. Só depois que ela nasceu que eu comecei a sair, Amber, minha melhor amiga, me levava em algumas festinhas da escola e eu dormia na casa dela as vezes. Foi muito difícil para nós. -Eu a abracei.
- E cadê a Amber? -Perguntei quando ela parou de chorar.
- Ela se mudou quando tínhamos quinze anos para Nova York e eu acabei perdendo o contato. -Ela passou as mãos nos olhos - E você? Também quer desabafar?
- Bom, eu tinha a vida perfeita quando morava em Dallas, apesar de meus pais serem separados, meu padrasto sempre me tratou bem. Ele tinha dois filhos dois anos mais novos que eu, eles eram como irmãos. Mas um dia ela descobriu que estava com leucemia  e tempos depois ela morreu. Meu padrasto não quis ficar comigo e me mandou morar com meu pai, que virou um bêbado desde a separação dos dois. Ele me trancava no meu quarto e ainda por cima me batia, mas um tempo depois consegui fazer uma cópia da chave e quando ele não estava em casa eu podia sair. Dois meses depois de ter vindo pra Atlanta ele deixou eu arrumar um emprego, tenho uma colega de trabalho insuportável e conheci dois caras que só vão me foder nessa vida. Mas acho melhor não falar sobre eles. -eu não chorei, fiquei com muita vontade quando falei da minha mãe, mas não chorei. O resto da minha história de vida era horrível e eu não tinha um porquê de chorar, eu sentia ódio! Ódio pelo James, ódio pelo Nate, ódio pelo David, ódio pelo Justin!
- Pode falar sobre eles. -Ela sorriu.
- Você não vai entender, assim como eu, e não vai querer mais ser minha amiga, por medo. -Ela me olhou, um pouco assustada.
- Por que? Por que eu sentiria medo?
- Eles vão...vão me levar para um cara chamado Nate, e ele quer me matar, e eu não entendo, eu não fiz nada! -Soltei de uma vez, fazendo Meg colocar a mão na boca. - Eu conheci o Justin e o David e eu, bom, vou dizer logo, eu transei com os dois, mas não porque fui obrigada, poque eu quis. Primeiro com o David, eu conheci ele no bar e fiquei amiga dele depois disso, aí ele me levou na casa do amigo de Justin, o cara que eu já havia conhecido, um dia antes senão me engano, e eu descobri que eles estavam atrás de mim para me levar para um cara chamado Nate, e só tinham que me levar, mas eu tenho certeza que ele quer me matar. Depois esse cara viajou e mandou eu ficar na casa do Justin por duas semanas, e é lá que eu estou. Ah, e também tem uma ex-namorada dele chamada Rafaela que é irmã do David e eles estão brigando conosco já que eu, a idiota, estou com Justin. E por favor não surta, sei que é difícil de entender, então se quiser eu vou embora agora. -Ela negou com a cabeça.
- Pelo que eu entendi você foi sequestrada e está dando para dois dos seus sequestradores e eles estão afim de você mas daqui a duas semanas vão te levar pra morrer e ainda tem uma ex-namorada barra irmã pra atrapalhar, né?
- Nossa, apesar de ser loira é muito inteligente! -Ri e ela jogou um travesseiro em mim.
- E eu achando que a minha vida que é complicada. Mas, vamos parar de falar sobre coisas ruins. Anda, me mostra a roupa que você trouxe. -Tirei o pijama e a outra pra voltar da bolsa. - Ué, cadê a roupa pra balada e o saltão?
- Eu achava que íamos fazer uma noite das meninas. -Disse, envergonhada.
- Claro que não né, Sky. Vamos sair pra dançar e beber. Eu te empresto uma roupa, vamos nos arrumar.

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Leu? Gostou? Divulgue a fic! 
Beijos <3

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